Esta pesquisa tem como proposta compreender as transformações nas dinâmicas sócio-espaciais de espaços públicos decorrentes de processos de patrimonialização. Apresentamos como hipótese que quanto maior a hierarquia de classificação – mundial ao municipal - do conjunto urbano como patrimônio cultural, maior será sua tendência ao processo de tematização. Entendendo que o processo de mundialização e o turismo global exercem sobre o conjunto tombado uma carga simbólica que pode alterar a relação deste com a sociedade. Junto a esta hipótese, a partir do início da pesquisa de campo e bibliográfica, acrescenta-se mais uma questão a ser investigada: o próprio processo de patrimonialização condena o patrimônio cultural a sua transformação e tematização? A pesquisa tem como fundamento analítico e conceitual a metáfora das Esferas desenvolvida pelo filósofo alemão Peter Sloterdijk, na qual o autor desenvolve uma abordagem ontológica do espaço. Como forma de investigar o processo de patrimonialização é proposta a análise de parte do patrimônio cultural de Minas Gerais nas três instâncias nacionais de tombamento e na relação com a classificação de organismo internacional de preservação (UNESCO). Assim, os conjuntos urbanos escolhidos são: Conjunto da Cidade de Ouro Preto – antiga capital do estado de Minas Gerais; Conjunto da Praça da Liberdade em Belo Horizonte – atual capital do Estado de Minas Geras; Conjunto Urbano da cidade de Tiradentes – conjunto tombado no mesmo mês da Cidade de Ouro Preto e com características específicas interessantes na contraposição com a cidade de Ouro Preto.