Nesta pesquisa de doutorado, examinamos o processo de produção do espaço urbano contemporâneo da cidade de São Carlos, a partir de da implementação do Plano Diretor Municipal de 2005, passando pelo momento de sua primeira revisão.

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O aspecto preponderante que motiva a realização deste trabalho está centrado no entendimento de que estão em curso processos de reestruturação espacial, em cidades de diferentes tamanhos e importância no contexto econômico e social, que apontam para o aprofundamento da segregação socioespacial, em direção à fragmentação do tecido urbano. Compartilhando da concepção lefebvriana de que a produção e o consumo do espaço se apresentam como elementos estratégicos para a acumulação do capital, no contexto da cidade contemporânea, condicionada à hegemonia capitalista, e de transformações na organização do capitalismo, o espaço se constitui segundo lógicas especulativas e mercantilizadoras, inserido em uma racionalidade neoliberal.

 

Compreendendo que o momento atual nos coloca um conjunto de novas dimensões, ou um ponto de inflexão a partir do qual as questões sobre o urbano necessitam ser problematizadas, inferimos que as dinâmicas de subordinação da produção do espaço urbano a lógicas econômicas e mercantis alteram a configuração socioespacial da cidade. Cabendo verificar em que medida valores constituídos na ordem distante se manifestam de forma singular, revelando lógicas e interesses que estão relacionados à ordem próxima.