Frente aos processos globais de produção do espaço urbano, é cada vez mais comum encontrar paisagens homogêneas em diversos lugares do mundo, de modo que as soluções urbanísticas que se desenvolvem para determinadas circunstâncias locais se multiplicam em contextos urbanos distintos e variados, esvaziados de seus atributos sociais e geográficos. O que une estas ações é a lógica que as orienta, majoritariamente associadas à dimensões capitalistas que incorporam em seu modelo de produção uma coalizão de agentes que inclue o Estado e a iniciativa privada. As terraças associadas a estabelecimentos comerciais são um elemento comumente utilizado como incentivo ao uso dos espaços públicos e ao consumo, unindo estas duas instâncias em tipologias espaciais que se replicam em muitas cidades. Neste estudo, especificamente, se abordam as terraças instaladas na cidade de Lyon, na França, e em Sevilla, Espanha. A análise incorpora as normativas e a territorialização desses elementos, associando-as à aspectos socioculturais locais que orientam a apropriação desses espaços - a qual aqui se expressa e analisa através do desenvolvimento de metodologia de campo específica e de uma exploração de instrumentos de representação gráfica.